Na natureza, os taninos desempenham uma variedade de funções vitais para as plantas. Uma das funções mais conhecidas é a defesa contra herbívoros, pois os taninos podem tornar as folhas e frutos menos palatáveis e digestíveis. Além disso, os taninos também têm propriedades antimicrobianas, ajudando as plantas a resistirem a infecções por patógenos. Além disso, estes compostos são uma principal fonte de antioxidantes, eles combatem os radicais livres responsáveis do envelhecimento, das anomalias do ADN e dos nossos cromossomas.
Explorando o Mundo das Plantas ....
Historicamente são usados para curtir o couro. Como referido anteriormente, eles estão presentes em numerosos vegetais e frutos, sendo responsáveis pela adstringência e amargura que reconhecemos pelo gosto, como é o caso do vinho tinto.
A maior parte dos taninos reage com as proteínas e reagem também na presença de sais metálicos (como é o caso do ferro).
Do ponto de vista químico, os taninos são classificados em polifenóis repartidos em 2 grupos:
Mas como explicar o que é um Tanino a uma criança ?
Pegando nos manuais de Histórias de Michel Garcia (um renomado especialista em tinturaria natural. Conhecido pelas suas contribuições significativas e autor de vários livros e publicações sobre tinturaria natural, o Mestre, o GURU desta área, um ser de Luz com muita sabedoria), o primeiro passo é cativar a atenção da criança no tronco de uma árvore.
Explicar que a casca do tronco é a roupa da árvore, que protege o interior da mesma contra a ataques de insetos (da mesma forma que a nossa pele protege o nosso corpo). A árvore para se proteger, vai libertar substâncias protetoras que vão escurecer essa casca, chamado-as de taninos.
Mas como é que o Homem pré-histórico descobriu os Taninos ?
Segundo as Histórias de Michel Garcia, na pré-história, quando os homens entravam da caça, tiravam as peles do veado, faziam um bom fogo e comiam a carne. No entanto, ficavam desolados quando viam estas peles tão suaves e quentes danificarem-se após alguns dias. Um certo dia, um homem teve a ideia de levar estas peles ao curandeiro e de mergulhar no sumo das plantas que ajudava a cicatrizar as feridas. Alguns dias depois, compreenderam que a pele podia ser guardada, que ela não ganhava bolor, pois eles tinham acabado de inventar o processo da transformação da pele em couro, que mais tarde originou a fabricação de sapatos e roupa.
Após terem descoberto a importância dos taninos, os homens aprenderam a misturar estes sumos de plantas a taninos com ferro para criar o preto (imagem : fonte Wikipédia).
Descoberta: Do Tanino e da Cor Preta
Na área das tintas ecológicas, as melhores fontes de taninos que podemos encontrar na natureza são as nozes de gálio, que podem conter cerca de 45% de taninos (referência bibliográfica Elisabeth Dumont).
Mas também é possível encontrá-los, na maioria das cascas de troncos. Se fervidas e se adicionar ferrugem, podemos obter uma cor preta duradora no tempo. Esta mistura que contém iões ferrosos e os taninos (que contêm moléculas de ácido gálico) vai conduzir à precipitação das partículas de cor preta (ou seja, a formação de moléculas de galato de ferro). Podemos assim obter uma gama de cores que variam do bege, ao marrom escuro e ao preto, dependendo da fonte e da concentração utilizada de ferro.
A Descoberta da Cor Preta: Uma Revelação de Profundidade e Intensidade
O momento da descoberta da cor preta é verdadeiramente revelador. Quando um tecido ou papel é exposto ao ar, revela-se uma riqueza de tonalidades escuras e nuances sutis. A cor preta obtida a partir do tanino não é apenas visualmente impressionante, mas também carrega consigo uma profundidade e intensidade únicas, resultado da interação complexa entre os compostos naturais presentes na planta e nas fibras do tecido/papel.